Cuidados básicos com as crianças no verão

Cuidados básicos com as crianças no verão

Ah, o verão! Um momento delicioso, cheio de boas opções para curtir com a família e com os amigos. Melhor época de levar a criançada para passear, viajar e brincar bastante! Mas a estação mais quente do ano também requer muita atenção. Afinal, para aproveitar essa época do ano da melhor forma possível, é necessário segurança. Pensando nisso, alguns cuidados com as crianças no verão são muito importantes. Continue a leitura e descubra! ☀️

Cuidados com as crianças no verão: como aproveitar?

O verão é um momento delicioso! É tempo de férias, praia, muitas brincadeiras e jogos com os amigos. Diversão e viagem em família, além das festas de fim de ano. É, portanto, uma ocasião muito especial para adultos e crianças estarem ainda mais juntos, e aproveitarem ao máximo cada minuto! ✨

De forma geral, o sol quente e as altas temperaturas são verdadeiros convites para fazer atividades externas. Como, por exemplo, empinar pipa, jogar futebol e queimada, nadar e muito mais. São várias opções de coisas gostosas que podem ser feitas com os pequenos e pequenas. Sempre, é claro, com a importante e atenta supervisão de uma pessoa responsável.

Isso porque, com as crianças passando mais tempo em casa, diversos acidentes podem ocorrer. Segundo o Ministério da Saúde, acidentes ou lesões não-intencionais são a principal causa de óbito entre as crianças de 1 a 14 anos. Os dados correspondem a 4,7 mil óbitos e 125 mil internações a cada ano, sendo que os acidentes ocorridos dentro do ambiente de casa representam 80% deste total. 😥 De acordo com especialistas, mais de 90% desses acidentes domésticos podem ser evitados, desde que medidas simples de prevenção sejam tomadas.

Nesse sentido, é fundamental que os adultos estejam alertas e vigilantesPensando nisso, reunimos alguns cuidados básicos com as crianças no verão, para que sua família desfrute de férias tranquilas e sem preocupações. Vamos lá!

🍉De olho na alimentação

Por vezes, manter uma rotina alimentar nas férias pode ser uma tarefa difícil, especialmente entre viagens e festas de final de ano. Mas não se preocupe: em alguns momentos, podem ser feitos alguns desvios pontuais da rotina alimentar sem atrapalhar a saúde do pequeno ou pequena. É só não deixar que essa exceção vire uma regra durante o período de férias, tudo bem?

Além da hidratação, uma alimentação mais leve é muito bem-vinda quando o clima está muito quente. Ou seja, com menos gordura e mais produtos naturais. Isso porque, no calor, a circulação sanguínea aumenta na região da pele, para não superaquecermos. E quanto mais comemos, mais sangue vai para o aparelho digestivo. Dessa forma, quando comemos alimentos considerados mais pesados, nosso corpo gera uma alta demanda por sangue, causando cansaço, sono e até tontura.

💧Hidratação

A água é essencial para o bom funcionamento do nosso corpo. E no verão, devemos ficar ainda mais de olho na quantidade de água que as crianças estão bebendo. Afinal, elas perdem líquidos mais rapidamente que os adultos. Além disso, no verão, o suor corporal aumenta, e precisamos de ainda mais água para regular nossa temperatura.

Por isso, estimule que as crianças tenham sempre uma garrafinha de água com elas. Assim, fica mais fácil manter a hidratação. E entre as brincadeiras e passeios, também é importante ter uma pausa da água. Nela, adultos e crianças param por alguns minutos para recuperar o fôlego e beber bastante água.

Por fim, que tal aproveitar da água dos alimentos? Melancia, tomate, melão, cenoura e abacaxi são alguns dos muitos alimentos que mais ajudam na hidratação! 🍉

🌊Piscina e mar

As viagens para a praia estão entre as preferidas das crianças! Entrar na água e ouvir o som do mar, molhar os pés, sentir as ondas chegando devagarinho na praia, formar castelos de areia, jogar frescobol e vôlei, e até fantasiar-se de sereia são algumas das experiências mais gostosas que uma criança pode ter. ⛱️

Mas muita atenção: mesmo que a criança saiba nadar, existem vários fatores que devem ser levados em consideração quando o assunto é água. Então, não deixe a criança sozinha na piscina. Tenha sempre a presença de um adulto por perto!

Ainda, antes de deixar a criança entrar na piscina, certifique-se sobre a segurança dos ralos, que devem estar protegidos com telas protetoras. Já se vocês forem à piscina de um clube ou de um hotel, não deixe de perguntar para os funcionários sobre os horários de funcionamento da bomba da piscina.

No mar, vale sempre a famosa frase: “água no umbigo, sinal de perigo”. Crianças não devem nunca ficar sozinhas, seja no mar, rio, represa ou lagos. Um adulto responsável deverá sempre acompanhá-las e ficar atento quanto ao nível da água e também força da maré.

🌞Sol

Dentre os cuidados básicos com as crianças no verão está a exposição aos raios solares e o uso de protetor solar. Bebês de até 6 meses, no entanto, não podem usar esses protetores. Por isso, redobre a atenção em relação aos horários em que ele ficará exposto ao sol.

Já entre os 6 meses e 5 anos de idade é recomendado que a criança use protetores infantis, que têm menos substâncias químicas. Outra opção são roupas especiais para o sol, que protegem as crianças durantes as brincadeiras na praia ou na piscina, por exemplo. Além disso, o horário de tomar sol é até às 10h da manhã e, depois, a partir das 16h. Regra que vale para adultos e crianças!

🏖Segurança na praia

Dica importante: se vocês forem curtir a praia ou o clube, não deixe de colocar uma pulseirinha com identificação na criança! Coloque o nome dela, seu nome e celular. Mesmo ficando perto dos pequenos e tomando todos os cuidados possíveis, às vezes, em uma fração de segundos, podemos nos desencontrar das crianças. Se isso acontecer, o melhor é que eles estejam identificados.

E se você estiver na praia e encontrar uma criança perdida, porém sem identificação, siga os seguintes passos. Antes de mais nada, acalme a criança e pergunte o nome de seus pais. Em seguida, peça para que as pessoas a sua volta chamem em voz alta pelo nome dos seus pais. Então, peça que as pessoas ao redor delas façam o mesmo. Essa é uma forma de fazer com que a mensagem chegue de forma rápida para todos os lados, sem que a criança tenha que sair de onde está. Se ainda assim não encontrarem os pais, procure pelo posto policial mais próximo.

Você gostou das nossas dicas de cuidados básicos com as crianças no verão? Esperamos que elas possam ajudar sua família a desfrutar das férias de maneira muito mais divertida, garantindo a segurança dos pequenos e das pequenas em primeiro lugar. Aproveitem! ❤️

 

Sua criança ainda acredita em Papai Noel?

Quem se lembra com saudade dos tempos de criança, quando o Natal significava, além de reunir a família, aguardar ansiosamente pelo esperado Papai Noel? Escrever a cartinha, espiar o pé da cama ou da Árvore de Natal logo pela manhã… Seja qual fosse a tradição da sua família, uma coisa é certa: provavelmente você passou boa parte da infância imaginando como o famoso velhinho dava conta de levar presentes a todas as crianças do mundo, não é mesmo?

Mas com o tempo, conforme crescemos, vamos percebendo que o bom velhinho, na verdade, não passava de uma fantasia. Que nossos presentes eram, na verdade, comprados pelos nossos pais. E que, aparentemente, só nós não sabíamos disso! Afinal, porque tantos pais alimentam essa crença? E sua criança, também acredita em Papai Noel?

Toda criança acredita em Papai Noel?

Assim como acontece com o Coelhinho da Páscoa ou com a Fada do Dente, o fato das crianças acreditarem ou não no Papai Noel vai depender do estímulo dos pais. É comum que, por volta dos três anos de idade, com a imaginação a mil, os pequenos e pequenas estejam mais propensos a acreditar em histórias como essa. Por não terem muito bem definido ainda o que é real e o que é fantasia, é nessa fase que a crença no bom velhinho pode surgir.

No entanto, isso só ocorrerá se a família alimentar a fantasia, entrando na brincadeira também. Por fim, geralmente por volta dos sete anos, as crianças por si só vão percebendo que essa história de Papai Noel não é bem assim. Ou seja, com a noção de realidade mais bem desenvolvida, acabam deixando de acreditar nessa figura natalina.

Devemos estimular que nossos pequenos acreditem no Papai Noel?

Essa é uma resposta muito particular, que depende dos costumes e crenças da família. Contudo, podemos afirmar que estimular a fantasia em um momento em que as crianças já são, por si mesmos, muito imaginativos, é importante para incentivar a criatividade e a imaginação. Habilidades essas que são muito importantes para toda a vida.

Por meio da ludicidade, as crianças se desenvolvem, aprendem e compreendem o mundo ao seu redor e também a si mesmas. Portanto, desde que a crença no Papai Noel não seja uma ferramenta para educar por meio da chantagem ou do medo, estimular essa fantasia só tem a agregar nos momentos em família. Além disso, entrar na brincadeira e se permitir fantasiar junto com as crianças renderá momentos e memórias que, com certeza, serão levadas até a vida adulta!

Nesse sentido, é importante lembrar que o peso e a forma como seu filho ou filha irá encarar tudo isso, vai depender da forma como vocês enquanto adultos vão lidar com a situação. O Papai Noel não precisa ser o centro das comemorações, por exemplo. Os presentes materiais também não precisam ser a parte mais importante da noite. É possível brincar e estimular a imaginação com as histórias de Papai Noel, sem que o consumismo prevaleça. Afinal, Natal é sempre tempo de pensar sobre generosidade, solidariedade e gratidão!

E aí na sua casa? Sua criança acredita em Papai Noel? Vocês tem rituais para celebrar o Natal com o bom velhinho? Conte para a gente como é o seu Natal em família!

Os perigos da exposição das crianças na internet

Os perigos da exposição das crianças na internet é um tema urgente de ser discutido mais, e mais e maaaais vezes!
Não acredita na importância? Então olha esse dado da Unicef: são 26. 364 o número de denúncias de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes em 2022.
Atenção: número de denúncias. Portanto, sabemos que o número é maior, afinal, nem sempre a denúncia é feita.
O assunto é sério e importante. É um tema difícil e por isso precisamos falar, repetir e refletir sobre ele o máximo que pudermos, na busca de conscientizar todos e realizar mudanças para vivências seguras e saudáveis.

Vamos fazer um paralelo para entender melhor: quanto tempo levou para a sociedade aprender a dar descarga após usar o toalete? E olha que ainda tem muita gente que não faz isso… Socorro!
Ou, então, quanto tempo levou para os motoristas compreenderem a importância do uso do cinto de segurança? Pois é, só quando começou a mexer no dindim.
Algumas mudanças na sociedade são lentas, mas a respeito do tema do nosso texto, não dá mais para ficar vacilando.

Então vamos dizer mais uma vez e quantas mais precisarmos: as crianças estão expostas aos perigos da internet. Expostas às violências de assédios, exploração de imagem e cyberbullying.

Vamos falar mais sobre o assunto? Acompanhe até o final.

Os perigos da exposição das crianças na internet

Antes de tudo, vamos deixar claro que publicar a foto ou o vídeo de uma criança nas redes sociais pode expô-la de diferentes maneiras.

A ativista pela erradicação da violência sexual e comunicadora Sheylli Callefi é direta: “não dá para ser ingênuo no mundo digital.”
Além disso, Sheylli comenta que gosta de trazer o seguinte exemplo: pense no shopping. Tem uma loja de calçados aqui. Ali do lado tem a de óculos. Outra de eletrônicos. Ali para frente tem uma loja que vende crianças. Do lado um café.

Epa. Loja que vende crianças? Sim. Vende crianças.

Claro, é um absurdo. No mundo físico nós não aceitamos isso. Certo? Então tá.
Mas por que se aceita no mundo virtual?“, provoca Sheylli. “Porque é exatamente isso que as redes sociais são. Um grande shopping, com diversas lojas diferentes, uma do lado da outra, tem de tudo.”
E o algoritmo vai apresentar a loja que cada consumidor está procurando. Assim, a foto de uma criança vira um produto. Logo, vão ter pessoas, criminosos, procurando esse produto, a criança, facilitado pelo algoritmo.

Deu para perceber o funcionamento e o perigo? Você já tinha parado para pensar dessa forma?
Para piorar, a regulamentação sobre esse assunto está mais do que atrasada. É o ditado que muitos têm repetido, talvez sem saber o tamanho do problema. Que a internet é uma terra sem lei.
Por isso é tão importante falar desde cedo com as crianças sobre educação midiática, educação sexual, saúde mental, assim como as famílias, responsáveis e educadores devem se manter atualizadas e em alerta.

 

Cuidados com a exposição das crianças na internet

Cuidar das crianças, de todas as infâncias, exige cuidado, exige atenção. Ou seja, é dever dos adultos, é nosso dever como sociedade, cuidar das crianças e jovens.
Os perigos nas redes sociais são muitos e se escondem nos perfis, na manipulação.
Além do exemplo das redes sociais como shopping, é importante trazermos exemplos para deixar bem explicado os diversos tipos de violência que as crianças podem sofrer quando expostas à internet.
Recortamos dois deles para a gente registrar e servir de referência para futuros papos por aqui:

  • Perigo número 1 🚨

Com todas as letras, estamos nos referindo à violência sexual. Estamos falando de criminosos, abusadores que utilizam, copiam esse material e os disponibilizam em perfis de pornografia infantil.
Sheylli, que estuda o assunto há muitos anos, comenta que uma das grandes dificuldades da sociedade e das famílias de forma geral é compreender como uma coisa vira outra coisa.
Uma criança dançando é algo natural. Ela está brincando, se divertindo. A virada, o que acontece de uma coisa virar outra, é exatamente a partir do registro (tirar foto ou gravar) e isso ser postado na internet.
Pois assim que isso aparecer na frente de alguém mal-intencionado, e isso tem de monte no mundo, vai ser tirado de contexto e virar material para os criminosos e predadores.

⚠️ Como prevenir e cuidar?
Para a ativista, o ideal seria não postar imagens e vídeos. Pronto!
Todavia, como explica, ela compreende e respeita os hábitos e perfis de cada família. Então, o que ela recomenda é tomar cuidado com o material postado.
Evite postar a criança sozinha, observar a roupa que ela está usando, tem que treinar o olhar, evitar mesmo uma grande exposição.” Se vai postar, poste com o máximo de cuidado.
Um alerta: Sheylli explica que as orientações são tanto para meninas quanto para meninos. E bebês. Bebês, inclusive, confirma a estudiosa.

 

  • Perigo número 2 🚨

Um segundo recorte deste tema amplo e complexo diz respeito ao cyberbullying.
O que tem surgido aos montes nas redes sociais são vídeos em que a criança vive alguma situação emocional (de medo, raiva, triste, inventando uma desculpa para escapar de uma traquinagem, etc…), e isso é transformado em sátira e divertimento alheio. Tudo pelos likes, certo?
Num primeiro momento, pode parecer engraçado, sim. Normal. Não sejamos hipócritas. E, na verdade é engraçado vê-los criando estratégias para justificar algo mais inocente.
Acontece que, da mesma forma que no perigo número 1 que citamos anteriormente, esses vídeos se espalham e podem acompanhar a criança por muitos anos no futuro. Isso já não parece certo.
E quando o conteúdo for de humilhação, choro, deboche, não, gente! Não é engraçado. Não é engraçado ver crianças desamparadas, desesperadas, pedindo auxílio enquanto são gravadas e humilhadas pelas risadas de quem está filmando e no entorno sem fazer nada.
São vídeos com irmãos discutindo por comida, ou por uma brincadeira. São “pegadinhas” no estilo brasileiro anos 80. Acontece que o mundo andou para frente, e muitas das coisas não podem ser aceitáveis. Explorar as imagens dos próprios filhos para entreter milhões de desconhecidos é perverso.
Em outras palavras, o que tem aparecido são vídeos em que a criança precisa de auxílio para lidar com a situação, só que ela não recebe ajuda. E nas redes sociais, isso só ganha mais volume e gente sem índole compartilhando esse tipo de situação.

⚠️ Como prevenir e cuidar?
É inadequado. A exposição das crianças na internet, seja em humilhar, tirar sarro dela com o fim de fazer uma publicação “engraçadinha” é nojento, perverso. Afinal, se somos contra qualquer tipo de humilhação com adultos, o que faz pensar que com crianças está tudo bem?
O alerta serve para os dois lados. Para orientar o leitor a não fazer esse tipo de vídeo, jamais.  Do mesmo modo, para o leitor tenha essa orientação de não curtir, não compartilhar, não dar fôlego para esse algoritmo.

 

Vamos proteger nossas crianças! 🫂

Nosso espaço aqui é curto para um assunto desse tamanho. Ao mesmo tempo, não temos a pretensão de abordar tudo, o que também é impossível.
No caso, comentamos dos perigos da exposição das crianças na internet, com dois exemplos: primeiro, o da violência sexual; e segundo, o do cyberbullying. Além disso, e os temas estão todos relacionados, poderíamos comentar a respeito do uso indevido das inteligências artificiais ou mesmo sobre crianças que já possuem acesso, sem monitoramento, à internet, e estão absurdamente expostas aos criminosos por meio de chats de aplicativos, e por aí vai.
Entendemos que com um blog que fala diretamente com famílias e educadores, principalmente, vale a pena ter esse registro para novas conversas.
E se você achou interessante e quer mais textos a respeito, escreva para a gente que vamos fazer de tudo para auxiliar!

Por último, sugerimos que releia o texto, anote os pontos principais, e se tiver alguma dúvida de emergência, entre em contato com o 190 (polícia) ou 100 (disque direitos humanos).  

A importância de deixar as crianças correrem riscos

Você deixa seu filho correr riscos?

Subir em árvores, correr pelo pátio, pular corda, brincar no gira-gira ou balançar no balanço do parquinho… São brincadeiras que podem render joelhos ralados e alguns roxos pelo corpo, mas qual criança não adora tudo isso? Afinal, brincar é um momento de diversão, de se desafiar, aprender e… Se arriscar! Sim. Por mais que o primeiro impulso de muitos pais e mães seja o de superproteger os filhos, algumas pesquisas apontam que os pequenos e pequenas precisam correr riscos para aprenderem sobre seus próprios limites e possibilidades.

Os benefícios das brincadeiras com certos riscos para os pequenos

Uma vez que os riscos fazem parte da nossa vida, desde a infância até a velhice, saber que eles existem e aprender a lidar com essas situações fora da zona de conforto é fundamental para que as crianças sejam mais seguras, confiantes e resilientes. Além disso, se expor a brincadeiras com certa medida de riscos, proporciona aprendizados que, mais tarde, poderão ser aplicados a outras áreas da vida. Isso quer dizer que crianças que topam desafios e situações de risco em brincadeiras, quando forem adultas, poderão ter a mesma coragem no momento de tomarem outras decisões arriscadas, como mudança de emprego, morar fora do país, empreender em novos negócios e investir em projetos inovadores, por exemplo.

As brincadeiras que possibilitam que os pequenos se arrisquem também são positivas para uma vida mais saudável, uma vez que representam uma atividade física, além de incentivarem a criatividade, as habilidades sociais e a superação de desafios e frustrações, ensinando os pequenos a não desistirem. Nesse aspecto, brincar ao ar livre, com elementos naturais, ou em playgrounds possibilita uma série de benefícios que, muitas vezes, brincar apenas dentro de casa não contempla.

Os limites entre o risco “bom” e o risco “ruim”

Claro que quando dizemos correr riscos, não estamos falando em deixar as crianças mais suscetíveis a acidentes ou colocar sua vida e saúde em real perigo, mas sim em um contexto de brincadeiras e atividades – principalmente ao ar livre – com a presença e a supervisão de adultos. Por isso, é importante avaliar em cada situação quais as chances de a criança se machucar e quais as consequências que isso terá em sua vida. Afinal, o medo e a noção de perigo também são fundamentais e, para além disso, é importante entender e respeitar os limites de cada um.

Assim, esse termômetro varia de família para família e, principalmente, da forma como cada pai/mãe educa seu filho. Se para alguns a criança cair e quebrar o braço é  algo que faz parte da vida, para outros isso pode ser inadmissível. O importante é ter em mente que nem sempre vamos estar por perto e, por isso, preparar os pequenos para a independência e autonomia é um fator fundamental, ainda que isso possa ser um pouco doído às vezes!09

7 habilidades necessárias para a autonomia da criança

Você sabia que é imprescindível estimular a autonomia das crianças? Pode parecer bobagem, mas permitir que a criança realize tarefas variadas sozinha desde cedo faz muita diferença em seu desenvolvimento. Coisas simples como alcançar um brinquedo, escolher a fruta do lanche e até mesmo escovar os dentes fazem muita diferença. Entre outros benefícios, a autonomia estimulada na infância gera pessoas mais criativas, com maior poder de decisão, responsáveis, capazes de resolver problemas e prontas para aprender habilidades mais complexas quando adultas. Preparamos um guia rápido com dicas práticas para estimular seu filho desde cedo. Confira 7 habilidades necessárias para a autonomia da criança:

1. Poder de escolha

Aprender a escolher desde cedo; isso é importante para definir personalidade, preferências, gostos… é a base da autonomia da criança.

Como estimular: permita que a criança participe de pequenas escolhas no dia a dia. Qual fruta comer é um bom começo. Depois, a criança pode ajudar a escolher o livro que quer ler, a roupa que vai vestir, etc. No início, limite as opções para que ela não se sinta perdida, e vá ampliando a gama de itens conforme achar necessário.

2. Capacidade de lidar com frustração

frustração é fundamental para para que a criança se torne um adulto feliz e não alguém constantemente insatisfeito.

Como estimular: deixe a criança lidar com suas limitações ou erros. Não ajude a encaixar um bloco de brinquedo de cara; permita que ela tente e se frustre caso não consiga. Quando estiver maior, deixe que faça escolhas mesmo que você saiba que ela não vai gostar do que escolheu. Permita que ela lide com o resultado e não critique; explique que haverá novas chances para fazer novas escolhas.

3. Autoconhecimento e autoconfiança

Se conhecer e reconhecer as próprias limitações e qualidades ajuda a criança a saber o que é ou não capaz de realizar e é a chave para o aprimoramento de si e a boa saúde emocional.

Como estimular: o primeiro passo é dar estímulos sensoriais. Ou seja: deixando o bebê conhecer o próprio corpo e o mundo ao redor. Brincadeiras como ficar de bruços para alcançar um brinquedo ou sentir texturas diferentes ajudam. Brinque na areia, na grama, na terra. O ideal é que ele sinta o mundo do jeito dele, cheirando objetos, tocando, etc. O segundo passo é mostrar que você acredita na capacidade da criança, um estímulo e tanto para que ela acredite em si. Não só permita que ela realize tarefas simples (como vestir o uniforme), como dê espaço para que descubra sua própria forma de fazer. Mostre que apoia a criança quando ela errar e, se isso acontecer, repreenda o que fez e não como ela é.

4. Comunicação

Como diz o ditado, “quem não se comunica, se estrumbica”. Bebês já se comunicam com o choro, mas é com a nossa ajuda que aprendem a se expressar de outras formas.

Como estimular: com estímulos cognitivos. Jogos de montar ou encaixar e brinquedos que tocam música são alguns exemplos. Além disso, ler histórias para os filhos desde bebês é recomendação mundial, pois reforça o vínculo e ajuda no desenvolvimento da linguagem.

5. Coordenação motora

Já ouviu falar em coordenação motora fina e grossa? Desenhar e comer com colher acontecem graças à coordenação motora fina. À grossa, cabe fazer a criança andar, pular…

Como estimular: para a fina, basta propor atividades que envolvam os movimentos das mãos (e seus pequenos músculos), como segurar um mordedor, pintar com giz de cera ou brincar de massinha. Para a grossa, deixe a criança explorar espaços livres, podendo correr, brincar e se movimentar. Incluir bola na brincadeira ajuda!

6. Coragem

Ter medo é natural e sadio. Mas a coragem para superá-lo é essencial para que a criança aceite desafios, aprenda coisas novas e defenda o que quer.

Como estimular: dê espaço para que seu filho expresse o que está sentindo e mostre que o entende. Usar livros, músicas, desenhos e outros recursos lúdicos que falam sobre os medos pode ajudar.

7. Persistência

A chave de todo o aprendizado. Afinal, só tentando (e errando muitas vezes) é que aprendemos! Portanto, quanto antes a criança entender esse mecanismo, melhor.

Como estimular: com estímulos positivos. Quando a criança estiver aprendendo a andar e levar um tombo, por exemplo, ajude-o a recomeçar, e o deixe livre para tentar novamente. Resista a fazer algo para a criança só porque ela não está conseguindo. Quando estiver maior, dá pra conversar sobre o fato de que não ter sucesso num momento não significa que nunca vai conseguir. Esportes também ajudam nessa compreensão e são ótimos para a autonomia da criança.

Ambientes adaptados que estimulam a autonomia: Conheça o Método Montessori

Promoção da liberdade e da autonomia, autodisciplina, estímulo às capacidades sensoriais, ambientes adaptados e acessíveis e respeito a si mesmo e aos outros. Essas são algumas características do Método Montessori, que vai da pedagogia à arquitetura, em busca de explorar e desenvolver todo o potencial dos pequenos e pequenas. Idealizado e difundido em 1907, pela médica italiana Maria Montessori, o método acredita que os pequenos já nascem com um potencial extraordinário e, cabe ao adulto preparado identificar e respeitar o momento da criança, auxiliando com amor e compreensão para que ela desenvolva plenamente suas habilidades.02