O perigo dos rótulos na infância

Você já parou para pensar o impacto dos rótulos na infância e como a nossa visão sobre as crianças espelham a visão que elas têm sobre si mesmas? Tudo aquilo que falamos sobre elas deixa uma marca e vai contribuindo para a formação da autoestima e autoimagem delas.

Dizer que uma criança é bagunceira, desorganizada, agitada, teimosa, entre outras coisas, pode influenciar diretamente a percepção que elas têm de si e a forma como se colocam no mundo, diante dos outros. Confira mais detalhes abaixo:

O perigo dos rótulos na infância

Os rótulos na infância são perigosos! Em qualquer fase da vida, mas especialmente nesse período, quando estamos nos descobrindo, amadurecendo e formando nossa visão sobre tudo.

Os olhos dos adultos, especialmente dos pais, funcionam como espelhos para as crianças e elas se enxergam a partir deles. Se uma delas escuta diversas vezes que é “terrível” pode aos poucos se identificar com esse rótulo, se convencer disso e imaginar que é assim que ocupa seu lugar no mundo, que esse é seu papel.

Dessa forma, o prejuízo pode ser tão grande que uma criança seja impedida de descobrir suas qualidades e potencialidades antes mesmo de tentar, porque já foi desacreditada anteriormente.

Como podemos agir para evitar que os rótulos na infância aconteçam?

A resposta é simples: evitando os rótulos! Se a criança se comporta mal, descumpre um combinado ou tem uma atitude que não é boa, os pais podem reprovar o comportamento dizendo que aquilo não foi bacana, mas jamais reprovar a criança. Dizer “sua atitude não foi legal” é diferente de dizer “você não é legal”.

Além disso, quando a criança demonstrar cooperação, parceria ou cumprir com os combinados, os pais devem elogiar sua atitude, afastando os rótulos negativos e incentivando a criança.

Dessa forma, ela poderá ganhar confiança em si mesma e se arriscar em novos aprendizados, com a certeza de que, se falhar, terá o apoio que precisa para consertar o erro e seguir em frente.

Como ensinar uma criança a ler: você está fazendo do jeito certo?

A alfabetização infantil é um processo longo e, para ser desenvolvida de forma saudável e produtiva, deve se considerar diversos pontos. É essencial garantir que nessa época de vida haja condições adequadas para a absorção do conhecimento, bem como ensinar uma criança a ler da maneira correta. 📖

Um dos principais pontos é que forçar a criança a alguma tarefa não é nada vantajoso — forçar a leitura, por exemplo. Com o tempo, essas atividades “forçadas” serão associadas a castigos, aumentando o desinteresse por parte dela. 😢

Uma das principais maneiras de estimular a leitura infantil é, geralmente, em casa. Ler antes de dormir é uma excelente forma de estímulo para as crianças. Durante o crescimento, a criança tem como referência seus pais, e inspira-se em suas atitudes e modo de viver. Sendo assim, ao ver sua mãe ler, a criança se interessará na atividade e, gradualmente, começar a adquirir hábitos de leitura. 😍

O início da alfabetização

Alguns pais não conhecem os métodos mais saudáveis de como ensinar uma criança a ler e podem, indiretamente, causar o desinteresse da criança com a alfabetização. Forçar não é, nunca, a melhor forma. Esse processo deve ser divertido, tanto para a criança quanto para o responsável. Lousas, jogos de letras e livros de alfabetização são uma boa pedida.🧩

A leitura é um investimento a longo prazo, uma vez que é fundamental para desenvolver habilidades como memória, imaginação e atenção. Para ajudar nesse processo, algumas atividades para ensinar a ler e escrever podem ser uma ótima opção, principalmente quando lúdicas, para incentivar e motivar os pequenos. 💛

Investir em livros infantis e de alfabetização desde cedo é um incentivo a mais, e há diversas opções de livros com músicas, figuras, imagens, palavras para ensinar a ler e histórias para todos os gostos.

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Como ensinar uma criança a ler

Aprender a ler não é um processo simples, mas pode ser divertido. Então como ensinar a ler? Nesse momento, é preciso ter calma e respeitar o tempo da criança. ⏱️

Aos poucos, ao utilizar de métodos específicos do lúdico, aproveitando de bons materiais didáticos e brincadeiras, a criança começará a fazer as associações de sílabas e logo estará lendo sozinha. Para isso, a Leiturinha trouxe algumas dicas importantes de como ler livros. Acompanhe! 👀

Conhecendo o alfabeto

O alfabeto é ensinado, formalmente, por um professor, mas os familiares também podem contribuir para que esse processo de aprendizado seja mais atrativo e rápido. O ambiente familiar pode — e deve — ser um ambiente educacional, com hábitos de escrita e leitura desde os primeiros anos da criança. 👦🏽

Por exemplo, quando a criança escuta alguma historinha da mãe, acaba percebendo que a leitura é feita da esquerda para direita — uma das primeiras e mais importantes regras de leitura. 📚

O bebê ou criança deve conhecer primeiramente as letras do alfabeto para que depois sejam formadas palavras — ou seja, ela deve aprender que essas letras formam palavras. Dessas letras, as vogais devem ser as primeiras a serem introduzidas.

Durante todo o processo de alfabetização, quanto mais as crianças tiverem contato com as letras, melhor será para ler frases no futuro. Um bom começo é ensinar as letras do nome da criança, das pessoas da família e até dos amiguinhos da escola. Não se esqueça de explorar, inclusive, os sons das letras. Assim, começará o processo de associação das letras com pessoas, objetos, animais e muito mais…  🔠

Brincando de alfabeto

A hora da leitura deve ser sempre divertida, com o máximo de utensílios para entreter a criança. Alfabetos móveis, almanaques, lousas e outros joguinhos como caça-palavras, palavras-cruzadas e ligar-pontos são ótimas opções, pois são usadas, geralmente, letras grandes e coloridas para despertar o interesse das crianças. 🧒🏻

Método fônico

O método fônico é outra alternativa. As músicas de alfabetos visam introduzir as vogais e consoantes fazendo a associação dos sons com as letras. A música é uma grande chave para isso, funcionando como atrativo para que o alfabeto seja memorizado. 🧠

No método fônico de alfabetização, o foco é auxiliar os pequenos leitores a compreenderem a forma que as letras e os sons estão interligados, para ajudá-los a aplicar na hora da leitura. Com isso, as crianças têm a chance de explorar não só os elementos neurológicos, como também os sensoriais.

Método silábico

O método silábico, depois do conhecimento do alfabeto infantil, consiste na formação de palavras por sílabas. Por exemplo, depois do a-e-i-o-u, introduzir formações silábicas como na-ne-ni-no-nu, ma-me-mi-mo-mu etc. 🗣️

Em linhas gerais, o método silábico é uma soma ao método fonético, uma vez que, após as crianças conhecerem os sons das letras, elas também conhecerão os sons das sílabas e, assim, formarão as combinações correspondentes. 🔤

Dessa maneira, as crianças conhecem melhor o alfabeto e conseguirão montar suas próprias palavras com as sílabas.

Os melhores poemas de Cecília Meireles para crianças

Quem gosta de poesia vai se apaixonar pelos poemas de Cecília Meireles.💙 Eles são ótimos para ler juntinho das crianças. Vamos descobrir mais sobre eles?

Os melhores poemas de Cecília Meireles para crianças

Os poemas de Cecília Meireles são leves e musicados, perfeitos para ler para uma criança. Aqui, separamos alguns como o poema “A bailarina” e o poema “Leilão de jardim”. 🌼

“Quando eu ainda não sabia ler, brincava com livros e imaginava-os cheios de vozes, contando o mundo.” (Cecília Meireles)

1. Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

2. A bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

3. As meninas

Arabela
abria a janela.

Carolina
erguia a cortina.

E Maria
olhava e sorria:
“Bom dia!”

Arabela
foi sempre a mais bela.

Carolina,
a mais sábia menina.

E Maria
apenas sorria:
“Bom dia!”

Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;

uma que se chamava Arabela,
uma que se chamou Carolina.

Mas a profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,

que dizia com voz de amizade:
“Bom dia!”

4. O eco

O menino pergunta ao eco
Onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: Onde? Onde?

O menino também lhe pede:
Eco, vem passear comigo!

Mas não sabe se o eco é amigo
ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer: Migo!

5. A chácara do Chico Bolacha

Na chácara do Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha!

Quando chove muito,
o Chico brinca de barco,
porque a chácara vira charco.

Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
e fica de mão inchada.

Por isso, com o Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha!

Dizem que a chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorro coxo
que se chama Caxambu.

Outras coisas ninguém procura,
porque não acha,
coitado do Chico Bolacha!

6. Leilão de jardim

Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis
nos ninhos?

Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?11

(Este é meu leilão!)

7. A língua do Nhem

Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.

E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…

8. Para ir à Lua

Enquanto não têm foguetes
para ir à Lua
os meninos deslizam de patinete
pelas calçadas da rua.

Vão cegos de velocidade:
mesmo que quebrem o nariz,
que grande felicidade!
Ser veloz é ser feliz.

Ah! se pudessem ser anjos
de longas asas!
Mas são apenas marmanjos!

9. Jogo de bola

A bela bola
rola:
a bela bola do Raul.

Bola amarela,
a da Arabela.

A do Raul,
azul.

Rola a amarela
e pula a azul.

A bola é mole,
é mole e rola.

A bola é bela,
é bela e pula.

É bella, rola e pula,
é mole, amarela, azul.

A de Raul é de Arabela,
e a de Arabela é de Raul.

10. Colar de Carolina

Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral

nas colunas da colina.

Como saber se meu filho está sobrecarregado?

Escola, inglês, natação, ballet, judô, robótica… ufa! A agenda das crianças está cada vez mais extensa e preenchida. No intuito de preparar nossos filhos para o futuro e dar a eles oportunidades de aprenderem novos conteúdos, muitas vezes, podemos sobrecarregar os pequenos com muitas atividades. É claro que a intenção é boa e, na medida certa, essas atividades estimulam e auxiliam no desenvolvimento emocional, intelectual e físico das crianças. No entanto, é preciso moderação. Mas como saber se meu filho está sobrecarregado?

A importância do ócio na vida das crianças 

Na rotina das crianças precisa existir também tempo para brincadeiras e momentos em que não haja nenhuma atividade pré-estabelecida. O ócio permite que elas criem, inventem e estimulem a imaginação e a fantasia.

Algumas crianças gostam de praticar diferentes atividades e têm energia sobrando, mas, em alguns casos, podem apresentar sinais de ansiedade e esgotamento.

Como saber se meu filho está sobrecarregado?

Esteja atento aos sinais que a criança dá, escute o que ela fala e dê um espaço para que ela possa expressar o que sente.

Alguns sinais que podem aparecer com a sobrecarga são:

  • Ansiedade;
  • Agitação excessiva;
  • Irritação;
  • Desânimo;
  • Alterações de sono;
  • Perda ou ganho de peso acentuadas;
  • Sintomas físicos (dor de cabeça, dor de barriga, dor de estômago);
  • Agressividade;
  • Medo;
  • Preocupação.

A sobrecarga na infância pode aumentar muito a ansiedade da criança e no futuro trazer prejuízos a sua autoestima, confiança, segurança e seus relacionamentos interpessoais.

Converse com seu filho, negocie as atividades que deve ser feitas, quais são prioridade, quais são indispensáveis e quais são aquelas que podem ser um hobby, um momento de lazer.

Quando os pais e os adultos em volta estão atentos, é possível dar voz para a criança e ajudá-la a identificar o que sente, priorizando sempre o bem estar físico e emocional desta.