Você ensina sua criança a revidar?

Interferir, revidar, conversar… Seu filho chega em casa, você percebe que ele está machucado. Ao perguntar o que aconteceu, descobre que um amiguinho bateu nele. Com certeza, só de pensar nessa situação, pais e mães já sentem aquele misto de emoções: um aperto no coração, sensação de impotência, raiva, tristeza e uma vontade enorme de poder proteger o pequeno de tudo e de todos a todo momento. Mas sabemos que, na prática, isso não é possível. Na realidade, quanto mais o tempo passa, mais difícil é estar presente na vida dos filhos. Afinal, conforme vão crescendo, as crianças dão seus próprios passos, e descobrem por si mesmas seus caminhos e como resolver seus problemas. Nesse sentido, pais e mães se preocupam com uma questão: como ensinar os filhos a se defenderem?

Devemos ensinar as crianças a revidar?

Acreditando na importância de ensinar os filhos a se defenderem sozinhos, alguns pais seguem a linha do “bateu, levou”, incentivando as crianças a baterem de volta, quando apanham, seja em casa, na escola ou qualquer outra situação. Embora a intenção nesse caso seja proteger o pequeno, impedindo que ele seja passivo em situações de agressão, encorajar os pequenos a revidar, gera um ciclo de violência, incentivando comportamentos agressivos. De acordo com Sarah Helena, mãe, psicóloga e curadora na Leiturinha, “ensinar as crianças a baterem de volta significa que a violência é uma solução plausível, permissível e capaz de resolver conflitos, quando, na verdade ela só gera mais problemas. Assim como gentileza gera gentilezaviolência gera violência, até que alguém quebre o ciclo”. Sarah ainda complementa que, embora a intenção dos pais ao ensinar a criança a revidar seja protegê-la, “este tipo de proteção é ilusório e momentâneo, contribuindo, na verdade, para uma sociedade cada vez mais intolerante, violenta e incapaz de dialogar quando se há diferenças ou conflitos”.

Nesse contexto, outra questão também pode surgir: devemos ensinar meninos e meninas a se protegerem de maneira diferente? Embora criar filhos e filhas tragam desafios e dúvidas em comum, nós já falamos aqui no Blog sobre pontos importantes para se atentar na criação meninos e na criação meninas. “Sabemos que meninos e meninas, culturalmente, estão sujeitos a tipos diferentes de violência. Portanto, caberiam orientações tão diferentes quanto os tipos de violência. No entanto, é importante lembrar que a prevenção e proteção dos filhos começa com a orientação para que nunca partam para a agressão.”, afirma a psicóloga Sarah.

Então, como ensinar os pequenos a se defenderem?

Se não queremos que nossos filhos apanhem na escola e/ou sejam passivos em situações de violência, aceitando coisas que não querem/gostam por medo ou por não saberem se defender, mas, por outro lado, não queremos incentivar a agressividade, como podemos ajudar nossos pequenos a se defender por si mesmos?

 

Em uma pesquisa realizada, dos 2.896 pais e mães que participaram, apenas 23% afirmaram que ensinam os filhos a revidarem. Para ajudar a pensar em alternativas no momento de ensinar os pequenos se defenderem, Sarah Helena elencou algumas dicas. Confira:

1. É preciso criar estratégias para evitar a violência. A violência acontece justamente quando faltam recursos na linguagem para lidar com a situação. Ensinar na prática, em casa, é muito importante para que a criança perceba que existem outros meios para se resolver conflitos.

2. Se o diálogo não for suficiente para resolver a situação entre seu pequeno e algum colega, oriente que ele saia de perto e busque distância, até que seja possível uma nova aproximação não violenta. O que à primeira vista pode parecer “covardia”, na verdade é um ato corajoso de escolha por um caminho diferente. Muitas vezes é preciso muito mais coragem e força para ceder e abandonar uma discussão do que para partir para a ação.

3. Em caso de risco, é sempre bom ensinar os pequenos a buscarem ajuda. Se for um conflito entre iguais – com amiguinhos ou colegas, a ajuda de um adulto pode ser eficiente. Caso o risco envolva algo mais sério, é importante que a criança saiba como chamar a polícia, por exemplo, ou que saiba como pedir ajuda sem chamar atenção.

4. Quando o conflito acontece na escola, a ajuda de um profissional é sempre válida, sobretudo quando as famílias também são envolvidas.

Sejamos nós os construtores da sociedade que queremos, mais segura e protetora!

Como ajudar um filho com ansiedade? Dicas para trabalhar a paciência e controlar a ansiedade

Atualmente, a ansiedade é um dos problemas que mais levam os adultos ao divã do terapeuta. Isso porque nem sempre é fácil conciliar as exigências da vida moderna com o estresse vindo de conflitos familiares e de dificuldades no trabalho. Porém, o que fazer quando a dúvida é sobre como ajudar um filho com ansiedade?

Afinal de contas, as crianças não estão livres dela, muito menos dos transtornos que a ansiedade pode gerar, sabia? Com causas diversas, esse problema pode acometê-las em qualquer idade, cabendo aos pais e familiares dar o suporte necessário para que lidem de forma adequada com a questão.

Pensando nesse desafio, compartilhamos por aqui o que você precisa saber sobre esse tema! Vamos conferir?

O que é ansiedade e o que é transtorno de ansiedade?

Antes de qualquer coisa, é preciso saber que a ansiedade e o transtorno de ansiedade não são a mesma coisa. Há uma diferença importante entre os dois termos que os pais devem conhecer, e nós vamos esclarecer!

A ansiedade é uma reação totalmente normal dos seres vivos — o que é chamado pela biologia de resposta inata. Basicamente, ela surge por conta da produção e liberação de determinados hormônios no nosso corpo, como o cortisol e a noradrenalina.

Na natureza, a função da ansiedade é justamente garantir que estejamos vigilantes e prontos para lutar pela sobrevivência frente a situações desafiadoras, estressantes ou perigosas. Ou seja, é algo normal e todos podemos ter um episódio de ansiedade em qualquer momento de nossa vida — desde a primeira infância até a terceira idade.

Um exemplo que deixa isso bem claro é quando uma pessoa está fazendo uma trilha na floresta e se depara com uma cobra. Como método de autodefesa, visto que esse é um animal muitas vezes venenoso e que provoca medo, o organismo aumenta consideravelmente os níveis dos hormônios citados anteriormente e fica em alerta máximo, pronto para escapar ou reagir, se for preciso.

O transtorno de ansiedade, por outro lado, ocorre quando esse quadro de ansiedade fica desregulado, tornando-se frequente, excessivo e sem controle. A grande questão é que, para alguns indivíduos, não há um motivo que justifique o aparecimento dele (como um problema iminente ou uma ameaça de vida). Ao contrário, a ansiedade é generalizada.

Já para outros sujeitos, ela surge por razões que podem ser identificadas, mas que não justificam o nível de ansiedade gerado e que tanto os afeta negativamente. Em alguns casos, diariamente. Como resultado, quem sofre com desse tipo de transtorno deixa de ser alguém funcional, o que impacta diretamente em sua qualidade de vida.

Não é para menos que devemos redobrar a atenção com as crianças, pois, se adultos já são bastante prejudicados quando têm uma ansiedade fora do normal, com as crianças isso pode ser ainda mais grave, dada a pouca idade que possuem para lidar com ela.

Conheça 10 dicas para controlar a ansiedade nas crianças

Separamos algumas dicas sobre como ajudar um filho com ansiedade, para que você consiga identificá-la de modo precoce, para que saiba como agir de maneira efetiva para controlá-la e, com o tempo, reduzi-la ao máximo. Confira a seguir!

1. Conheça os sintomas da ansiedade infantil

A ansiedade infantil conta com alguns sintomas que são fáceis de serem notados, não só por quem está ansioso, mas também por quem convive com essa pessoa (seja ela uma pessoa adulta ou uma criança). Por isso, é importante estar atento aos sinais que o seu filho demonstra. Entre os principais, estão:

  • irritabilidade e/ou agressividade excessiva;
  • alterações nos hábitos de sono e pesadelos frequentes, com sono durante o dia devido às noites mal dormidas;
  • preocupação constante — que pode ser com a escola, com a segurança dos membros da família, com a saúde ou com o futuro, de maneira geral;
  • impaciência — que pode levar a ataques de birra, por exemplo;
  • dificuldade de concentração nas aulas e fora do período escolar — como nas tarefas de casa, nos estudos ou mesmo nos momentos de lazer, durante jogos e brincadeiras;
  • alterações no apetite, para mais ou para menos;
  • desleixo com a própria higiene;
  • queda no rendimento escolar.

Nem sempre as crianças sabem comunicar aos adultos suas emoções. Por isso, é importante ter atenção em mudanças de hábitos ou comportamentos. Identificar precocemente transtornos de ansiedade nas crianças e, então, lidar com eles da melhor forma, é essencial para evitar repercussões negativas na qualidade de vida e no desenvolvimento dos pequenos.

2. Apoie, em vez de julgar ou reprimir

Se seu filho demonstrar algum sinal de que está sofrendo de transtorno de ansiedade, o primeiro passo para ajudá-lo a enfrentar o problema é manter as portas do seu relacionamento com ele bem abertas.

Assim, nada de ridicularizar suas preocupações, aumentar a cobrança em relação à escola ou punir a criança pela dificuldade de concentração, combinado? Até mesmo a demonstração exagerada de preocupação por parte dos pais pode levar a criança a se fechar cada vez mais.

Nesses casos, é importante que os pais se mantenham tranquilos e ajam de modo a mostrar ao filho que há um espaço seguro no seu relacionamento, para que ele possa expressar suas angústias e aprenda, por meio do diálogo com os adultos, a resolvê-las.

3. Pesquise os motivos por trás da ansiedade

Não é incomum que a ansiedade infantil seja uma reação a situações temporárias de estresse — como a chegada de um novo irmãozinho, a separação dos pais, a perda de um ente querido ou a mudança de cidade ou de escola. Nesses casos, fica mais fácil para os pais direcionarem esforços, mostrando ao filho como enfrentar aquele desafio específico, sempre por meio de incentivos que estimulem a autoconfiança da criança.

No entanto, se os sinais que citamos se tornarem cada vez mais frequentes e intensos, sem uma razão momentânea e clara por trás, podemos estar diante de um problema diferente, que merece atenção redobrada por parte da família, isto é, que estamos lidando na verdade com um transtorno de ansiedade.

Abaixo, você vai conferir alguns desses sinais, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

Transtorno de ansiedade de separação

A ansiedade da separação é comum em crianças de até 2 anos, sendo caracterizada como o medo de ficar longe de alguma figura adulta, em especial, a materna e/ou a paterna. Esse sentimento costuma desaparecer conforme a criança começa a entender que os pais retornam depois da ausência.

Quando o problema é persistente, a criança pode sofrer de transtorno da ansiedade de separação, com um medo intenso de que os pais não voltem, sofram algum acidente etc.. Nesses casos, pode haver somatização da preocupação excessiva, resultando em dores de barriga e de cabeça, enjoos e outros problemas, sempre que os adultos de referência precisam se ausentar.

Transtorno de ansiedade social

Assim como a ansiedade da separação, a chamada ansiedade social também é comum. Por exemplo, ela ocorre quando nos sentimos nervosos por falar em público, ao iniciar conversas com desconhecidos, entre outras situações afins. No entanto, se o sentimento de angústia é incapacitante e excessivo, é sinal de que há um transtorno ocorrendo.

Com as crianças não é diferente: se os eventos de interação social são tão temidos pelos pequenos a ponto de eles tentarem evitá-los ou começarem a apresentar sintomas, como: tremores, sudorese, dores de barriga ou de cabeça, mutismo e taquicardia, é preciso ter atenção.

Fobias específicas

A fobia se caracteriza por um medo excessivo e incontrolável de algo específico. Por exemplo, de animais, da escuridão, de lugares fechados, de trovões, entre outros. As fobias são fruto de alguma situação traumática ou de um choque intenso vivenciados, muitas vezes, ainda na infância.

Caso a fobia seja muito grave, ela pode levar à ocorrência de ataques de pânico e comportamentos prejudiciais. Por exemplo, há o medo irracional de tudo aquilo que lembra a fonte da fobia.

Crianças que têm uma fobia precisam ser acompanhadas de perto pelos pais, além de demandarem tratamento psicológico, pois se ela não for devidamente tratada, pode se estender por toda a vida.

Estresse pós-traumático

Quando a criança cai de bicicleta pela primeira vez, pode ter dificuldade para voltar a tentar, porque se torna receosa em relação à possibilidade de cair de novo, não é? Agora, se a criança passa por situações graves que provocam sentimentos fortes de medo e/ou tristeza, a ansiedade pode se tornar generalizada e insistente.

É o caso de situações traumáticas, como acidentes de carro, bullying escolar, perda de amigos ou de parentes queridos, abusos e violência. Todos esses acontecimentos devem ser abordados por meio da busca de informações e, se necessário, do apoio de um profissional.

Influência do meio e da educação parental

Por fim, a ansiedade nas crianças também pode surgir a partir da influência do meio, quando há observação e absorção dos comportamentos que ela vê no ambiente. Por exemplo, se os pais estão ansiosos, podem estimular involuntariamente esse sentimento nos pequenos.

O estilo de educação parental também é capaz de contribuir com o surgimento de transtornos de ansiedade, seja por haver uma superproteção, seja por críticas e pressão excessivas, por exemplo — aspectos dos quais falaremos mais adiante.

4. Treine a paciência com pequenas esperas

A quarta dica sobre como ajudar um filho com ansiedade é ajudá-lo a exercitar a paciência, para que possa ficar mais tranquilo em situações de nervosismo, pressão ou apenas de espera. Afinal de contas, essa habilidade será essencial na sua vida adulta.

Dessa forma, mostre à criança como ela pode se distrair com uma revista, um livro ou um brinquedo na sala de espera do médico, por exemplo. Ressalte a necessidade de aguardar com calma para que a comida fique pronta e também a ensine a esperar sua vez para falar e ser ouvida. Esse é um aprendizado lento, mas que deve começar desde cedo!

5. Dê o exemplo e cumpra suas promessas

Quem é pai ou mãe sabe bem como os filhos tendem a imitar o comportamento dos adultos, mesmo sem saber exatamente o que aquela reação quer dizer. Por vezes, a cópia é tão exata que chega a ser cômica! Diante disso, fica claro que uma das melhores maneiras de ensinar uma criança a ser paciente é demonstrando paciência e tolerância também em relação a ela.

Isso implica deixar a criança a par de situações em que você não consegue o que quer de imediato. Ao contrário, precisa lidar com prazos, atrasos e contratempos que surgiram ao longo do caminho. Aqui, incluímos situações que envolvem não só controlar as próprias expectativas, mas também saber encarar de maneira inteligente as frustrações.

Outros bons exemplos são: não ter uma reação exagerada quando o filho se atrasa; mostrar que a espera vale a pena ao cumprir a promessa de ouvi-lo; ou brincar com ele somente depois de terminar o que estava fazendo no momento em que pediu a sua atenção.

6. Entenda que nem tudo é ansiedade exagerada

É preciso que os pais saibam diferenciar situações de pura pirraça e falta de disciplina daquelas em que ocorrem respostas ansiosas. Por exemplo:

  • birra: quando a criança chora porque os adultos não compram o que ela quer no supermercado;
  • resposta ansiosa: quando a criança não quer esperar pelos convidados para partir o bolo de aniversário.

Isso é fundamental porque nem todos os comportamentos das crianças são, necessariamente, movidos por uma ansiedade exagerada que traz, como resultado, sintomas físicos, mudanças de atitudes e prejuízos na vida social.

Nesses momentos, o que costuma ajudar é entender que o modo como as crianças lidam com o tempo é diferente do nosso. Por isso, às vezes, precisamos apenas aceitar suas limitações. Uma criança cansada ou com fome, por exemplo, dificilmente ficará calma enquanto espera para se deitar ou para comer.

Da mesma forma, pode ser melhor não compartilhar com o filho planos para um futuro que ele ainda não consegue enxergar. Farão uma viagem meses depois? Espere para dar a notícia aos poucos, evitando que a criança fique ansiosa com muita antecipação.

7. Desenvolva atividades relaxantes

Em momentos de grande ansiedade nas crianças, os pais podem praticar atividades relaxantes e que ajudem os pequenos a controlar os sintomas do medo, da irritação e da preocupação. A respiração profunda e consciente é uma boa técnica. Para deixá-la mais lúdica, você pode fazer assim:

  • peça ao pequeno para se deitar de barriga para cima;
  • coloque algum objeto em cima de sua barriga, como um urso de pelúcia ou a própria mão;
  • oriente a criança a respirar profundamente;
  • mostre que, ao puxar o ar, o brinquedo ou a mão sobe e, ao soltar o ar, o brinquedo ou a mão desce.

Auxilie a criança a realizar esse exercício várias vezes, prestando atenção nos movimentos, pois isso ajudará a desviar o foco da preocupação que causou a ansiedade.

Outra ideia é imaginar um “lugar seguro”: toda vez que a criança se sentir ansiosa, ajude-a a viajar em pensamento para o seu local preferido, em que ela normalmente se sente feliz e despreocupada. Também é interessante estimulá-la a, quando estiver ansiosa, procurar locais com plantas e flores, já que o contato com a natureza tem efeito calmante e relaxante nas pessoas em geral.

8. Desenvolva um diálogo aberto com o pequeno

tempo compartilhado e o diálogo são muito importantes para que as crianças exponham seus receios e, a partir disso, possam começar a lidar com eles. Você pode, inclusive, ajudá-las a entender melhor a ansiedade e suas causas. Para tanto, estimule que elas falem sobre seus incômodos e, assim, possam desmistificar o medo.

Nessa tarefa, você pode criar um personagem fictício que personifique tal ansiedade. Sempre que a criança se sentir ansiosa, peça que ela atribua essa sensação ao personagem e explique para ele o que está sentindo — pode ser alguém imaginário ou mesmo um brinquedo.

Outra dica é prezar sempre pelos elogios construtivos. O reforço positivo é muito importante para que a criança se sinta capaz de enfrentar a ansiedade. Sempre enfatize o quanto ela se esforçou para falar em público, o quanto ela melhorou no rendimento escolar, entre outras situações que possam ser valorizadas.

Esse tipo de estímulo ajuda as crianças a ficarem mais otimistas frente à ansiedade, além de ajudá-las a perceberem que conseguem superar as situações desencadeadoras das sensações negativas.

9. Não evite sempre as causas de ansiedade

É claro que os pais querem evitar situações que prejudiquem o bem-estar dos filhos. No entanto, é importante ter em mente que fazer isso sempre também não é saudável.

Lembre-se do que falamos lá no início: a ansiedade é uma resposta natural do nosso organismo. Portanto, o ideal é ajudar o pequeno a enfrentar os próprios medos de forma progressiva, respeitando seus limites — desde o início da infância —, até mesmo para que ele saiba reconhecer como é estar ansioso e como ele se comporta nesses momentos.

Porém, atenção: em casos de traumas, essa exposição a ambientes ou situações estressantes deve ser feita com muito cuidado, preferencialmente com o suporte e a orientação de um psicólogo.

10. Saiba quando é hora de procurar tratamento

Concluindo as dicas de como ajudar um filho com ansiedade, saiba que é preciso reconhecer quando se deve procurar por ajuda profissional para tratar a ansiedade na criança. Isto é, quando ela estiver comprometendo sua vida e seu relacionamento com outras pessoas, impedindo-a de realizar as tarefas diárias e de curtir momentos sem preocupação.

Como você viu, se a ansiedade se torna incapacitante, muito frequente ou intensa, pode ser algum transtorno que exige intervenção profissional. E, nesses casos, quanto mais precoce for o tratamento, menos repercussões negativas ocorrerão no desenvolvimento infantil. Então, é importante redobrar a atenção em relação aos sinais físicos, emocionais e comportamentais da criança.

Se você acha que esse é o caso do seu filho, não hesite em conversar com outros pais e educadores sobre a ansiedade nas crianças, eventualmente buscando o auxílio de um terapeuta infantil, capaz de se aprofundar na questão. Lembre-se de que os pais também não precisam enfrentar mais essa preocupação sozinhos!

Que atitudes tornam a criança ansiosa ou pioram a ansiedade?

Muitos psiquiatras e psicólogos são categóricos em pontuar que as crianças de hoje são levadas, desde cedo, a envolver-se em inúmeras atividades além da escola, ficando, assim, muitas vezes expostas a cobranças recorrentes.

Para completar, os pequenos passam cada vez mais tempo hiperconectados, graças ao acesso que têm à tecnologia — o que estimula uma visão muito “instantânea e automática” do mundo.

Por tudo isso, é necessário observar os hábitos e comportamentos que, de maneira intencional ou não, podem contribuir para piorar esse quadro de ansiedade. Confira a seguir alguns desses hábitos e comportamentos, para evitá-los ao máximo!

Fazer cobranças em excesso

As cobranças que não consideram a individualidade e os limites da criança podem ter um efeito totalmente contrário à motivação, levando à insegurança, ao estresse e à ansiedade.

Então, é preciso estimular o desempenho escolar e das demais atividades do dia a dia, mas sem sobrecarregar as crianças para que elas sejam perfeitas. É fundamental considerar os gostos, os limites e a personalidade dos pequenos para potencializar suas habilidades, deixando-os confiantes para que consigam explorar o potencial que têm.

Relembrar de forma recorrente os erros

Todos os seres humanos erram, sejam crianças, sejam adultos. É importante aceitar que o erro faz parte da vida e é com eles que podemos aprender a acertar. Contudo, focar apenas nos erros das crianças pode deixá-las com medo de tentar novamente e fracassar, ficando, assim, completamente sem autoconfiança.

Por isso, quando o pequeno fizer algo de forma errada, o ideal é conversar e explicar por que aquilo não é o correto, mas jamais ficar remoendo isso depois. É importante também focar nas tentativas acertadas das crianças.

Não dar valor às pequenas conquistas da criança

Aprender a amarrar o cadarço do tênis, a olhar as horas… Toda a nossa vida, principalmente na infância, é feita de pequenas conquistas. Nem sempre as pessoas são as primeiras em tudo; no entanto, isso não significa que as experiências não permitem aprendizados relevantes.

É por isso que os adultos também devem valorizar os pequenos passos da criança. Não estamos dizendo que tudo tem que ser elogiado. Não é ficar dando recompensas para tudo, mas um “Muito bem, você está no caminho certo!” ou um “Parabéns por ter chegado até aqui!” podem fazer toda a diferença na autoconfiança e na autoestima da criança.

Expor problemas e frustrações do casal

Todos os casais têm problemas em casa. Divergências em estilo de vida, falta de tempo, separações e crises de dinheiro são algumas coisas inevitáveis. Porém, ficar expondo e discutindo essas questões na frente dos filhos pode fazer com que eles se sintam culpados, inseguros e ansiosos com o rumo que o futuro da família vai tomar.

Obviamente que, quando eles ficarem maiores, alguns assuntos deverão ser tratados. Afinal de contas, os filhos também são afetados direta ou indiretamente pelas decisões do casal. Porém, é preciso respeitar a idade e o tempo da criança, além de sempre conversar com ela de forma adequada.

Fazer tarefas no lugar da criança por não a considerar capaz

Embora o primeiro instinto dos pais seja sempre proteger seus filhos, é importante lembrar que a superproteção impede que as crianças aprendam a lidar com algumas consequências negativas das decisões tomadas, além de não permitir que elas aprendam com os seus erros.

Muitos pais realizam algumas tarefas no lugar dos filhos. Quando isso acontece, eles fazem com que as crianças pensem que não têm capacidade de cuidar de suas próprias coisas. Logo, isso as deixa inseguras sobre suas capacidades e habilidades.

Então, é preciso deixar o pequeno tentar, encorajá-lo e incentivá-lo, porque não é sempre que os pais estarão por perto para fazerem todas as coisas por ele.

Fazer muitas críticas

No processo de como ajudar um filho com ansiedade, é complicado quando muitos pais adotam uma criação bem rígida, com exigências e regras em excesso na rotina das crianças. Será mesmo que elas têm preparo para uma carga tão pesada assim?

Em Nova York, os pesquisadores da Binghamton University buscaram essa resposta. Eles analisaram a maneira como as crianças reagiam enquanto os responsáveis estavam fazendo críticas. Quando analisaram os resultados, os estudiosos concluíram que os filhos de pais muito críticos prestam bem menos atenção às expressões faciais, quando comparados às demais crianças.

Tal comportamento pode acabar afetando as relações com outras pessoas. Além disso, pode ser um dos motivos pelos quais as crianças expostas a altas críticas correm mais risco de desenvolverem ansiedade ou depressão.

Os pais que mostram comportamento de rejeição pelos filhos de forma constante, com críticas em excesso, podem levá-los a pensar que são inadequados, incompetentes, além de terem uma visão negativa do mundo.

Fazer comparações

“O Joãozinho nem estudou e tirou notas melhores que a sua.”. “O seu primo é excelente nos esportes. Você deveria se espelhar nele para ver se melhora.”. “O filho do vizinho ganhou uma medalha hoje na escola. Você nunca me deu esse tipo de orgulho; só serve para dar trabalho.”.

Já viu ou ouviu frases desse tipo serem ditas por adultos para crianças? Pois é, infelizmente, elas ocorrem mais do que deveriam em muitas famílias — e é necessário ficar de olho para não as reproduzir!

Não interessa se a criança fez algo que você reprovou ou não atendeu às suas expectativas. É importante entender que compará-la com outras pessoas, como familiares ou amigos, pode acabar impactando negativamente em sua autoconfiança.

Isso é válido, inclusive, até mesmo quando a intenção é motivar ou elogiar. Afinal, ao fazer uma comparação com outra pessoa, você cria um sentimento de disputa ou gera certa pressão, que pode causar insegurança e frustração.

Priorizar sempre os compromissos do trabalho

Ser ausente, prometer e não cumprir ou ser displicente com os compromissos da família são algumas atitudes que, sem dúvida alguma, impactam no desenvolvimento das crianças, deixando-as desconfiadas, inseguras e ansiosas.

Portanto, embora você esteja com o dia cheio de muitos compromissos de trabalho, é fundamental estar presente na rotina dos filhos. O medo, a tristeza e a ansiedade infantil vão fazer parte, sim, do crescimento dos pequenos; no entanto, não podem existir em excesso.

Mesmo que alguns acontecimentos obriguem as crianças a lidarem com frustrações e problemas de maneira impactante — e isso envolve, por exemplo, a separação dos pais, o nascimento de um irmão etc. —, quando esses sentimentos passam a criar pânico nos pequenos, paralisando-os, é necessário ter muita atenção.

Como agir em casos de crise de ansiedade?

Além do interesse em saber como ajudar um filho com ansiedade, muitos pais se questionam sobre como agir quando a criança entra em uma crise ansiosa, o que pode levá-la a ficar descontrolada emocionalmente, ter ataques de pânico ou, ainda pior, passar por episódios de despersonalização e desrealização — isto é, quando ela se sente separada do próprio corpo ou incapaz de reconhecer a realidade em volta dela, respectivamente.

Diante de casos assim, é fundamental que você mantenha a calma para não se tornar, mesmo sem intenção, uma fonte extra de estresse e irritação para a criança, o que só aumentará os sintomas que ela já está enfrentando.

Também é importante não cobrar, exigir ou impor que a criança melhore imediatamente, como se houvesse um interruptor de “liga e desliga” disponível para ela. O ideal é mostrar o seu carinho e apoio incondicionais, levando-a para um espaço mais reservado, calmo e silencioso.

A partir daí, você pode fazer junto dela alguns exercícios de respiração — o que é importante para melhorar a oxigenação no cérebro —, além de iniciar conversas relaxantes sobre coisas que são do seu interesse (como séries, desenhos, quadrinhos, brinquedos, entre outros). Aqui, vale qualquer coisa que funcione como uma distração e que a ajude a se afastar, pouco a pouco, dos sintomas da ansiedade.

Como é o tratamento do transtorno de ansiedade?

Não foi só uma vez que falamos até aqui sobre o acompanhamento profissional para ajudar um filho com ansiedade e recuperar a sua saúde mental. Porém, você deve se perguntar como ocorre esse processo e, em especial, o que acontece, não é mesmo? Por isso, reservamos este último tópico para esclarecer o assunto.

O tratamento da ansiedade se inicia com a psicoterapia semanal. Por meio de sessões de atendimento, o psicólogo vai levantar junto à criança as possíveis causas do problema e/ou os gatilhos que o acionam. Em paralelo, ele vai dar o suporte à criança para que ela fale sobre o que sente e consiga entender, de forma mais clara, pelo que está passando.

O psicólogo também vai ensinar alguns métodos para que a criança reduza os sintomas da ansiedade, controle os pensamentos invasivos e fique menos sensível aos gatilhos presentes em sua rotina. Por fim, o profissional também vai orientar os pais sobre como agir diante do caso e tornar o lar um lugar mais positivo e receptivo.

A atuação do médico psiquiatra ocorre mensalmente, em paralelo à atuação do psicólogo, complementando-a. No entanto, ao contrário do que acontece no tratamento de adultos — no qual são receitados medicamentos desde o início para controlar os sintomas do transtorno —, aqui o objetivo é evitar o uso de remédios, limitando-os a situações extremas.

Afinal, estamos falando de crianças, cujo organismo é mais sensível, e de fármacos muitas vezes fortes e que podem gerar efeitos colaterais significativos. Não é para menos que muitos psiquiatras recorrem à prescrição de produtos fitoterápicos.

Esses remédios são feitos à base de plantas medicinais (como camomila, valeriana, erva cidreira, maracujá, entre outras), que têm efeito cientificamente comprovado na redução do nível de ansiedade e não contam com elementos químicos em sua composição, o que facilita seu uso em diferentes faixas etárias.

Saber como ajudar um filho com ansiedade é uma tarefa multifatorial. Envolve mudanças de comportamento na relação com a criança dentro do núcleo familiar, incentivo a atividades que proporcionem bem-estar psicológico e emocional (como a prática de esportes e de leitura) e um acompanhamento terapêutico.

A partir desse mix de ações, você tem como proporcionar mais saúde mental ao seu filho, além de um ambiente acolhedor para ajudá-lo a superar qualquer dificuldade que surja ao tentar entender, lidar e controlar as manifestações da ansiedade. Dessa forma, a criança crescerá rodeada de carinho e bem-estar. E é exatamente isso que todos os pais desejam aos filhos, não é mesmo?

O que significa ser uma mãe suficientemente boa?

O modelo de maternidade perfeita, com aquela cena da família sempre feliz, com os filhos arrumadinhos e comportados, mães e pais radiantes e uma casa toda organizada está se tornando cada vez mais incomum. As pessoas já não compram mais esse ideal como antes e a maternidade perfeita se mostrou um caminho inalcançável, e nesse trajeto muitas pessoas acabam se desgastando e frustrando. Nesse contexto, um termo que tem se tornado cada vez mais difundido é o da mãe suficientemente boa.

Mas o que significa ser uma mãe suficientemente boa?

O conceito de mãe suficientemente boa foi apresentado pela primeira vez pelo pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott, também defensor do brincar como meio terapêutico para as crianças. Sua teoria sugere que quando a mãe tenta ser perfeita acaba sofrendo mais do que deveria, pois suas expectativas acabam sendo frustradas.

“O processo de se tornar uma mãe suficiente acontece ao longo do tempo e encontrando a suficiência as mães também encontrarão a tranquilidade na maternidade”, diz Mônica Pessanha, psicanalista de crianças e adolescentes e palestrante da oficina É possível ser uma mãe suficiente?.

A psicanalista explica que tentamos estar disponível constantemente e responder imediatamente nossos filhos quando eles são bebês e isso é importante para que eles se sintam seguros e amados. Mas também dá a sensação ao bebê de que a mãe é uma extensão sua e que é ela quem supre suas necessidades.

Quando a mãe mostra ao filho que cada um é uma pessoa, isso gera uma frustração natural na criança. A mãe suficientemente boa é aquela que frustra o filho ao mostrar que ele não terá seus desejos atendidos imediatamente, mas que também mostra que existe um tempo de espera e um limite e que ele não é sua extensão. Fazendo isso com a criança ainda pequena, a mãe está ajudando a se tornar uma pessoa resiliente.

A culpa…

“A maternidade é feita de aventuras, emoções, risos, lágrimas e de lições também. A mãe suficiente consegue dar um significado positivo para a falha porque ela sabe que pode tentar de novo”, explica a psicanalista. Portanto, nem assim a culpa deixará de existir, mas o sentimento de ter falhado pode ganhar um novo significado, cada vez mais leve.

As mães suficientemente boas perdem a paciência e cometem erros, mas principalmente…

  1. Se perdoam
  2. Entendem a importância do auto cuidado
  3. Se priorizam quando necessário
  4. Pedem ajuda sem culpa

E o pai?

Os pais, tão responsáveis pela criação dos filhos quanto as mães, também sentem o peso da cobrança pela perfeição e a culpa. A diferença está na intensidade do sentimento. “A função do pai, além de uma participação ativa na vida dos filhos, é também de promover segurança emocional para a mãe, para que ela tenha confiança em sua maternidade”, explica Mônica.

Mães e pais suficientemente bons

Tanto a maternidade, quanto a paternidade são reflexos vividos na nossa infância, nossas lembranças, experiências e interpretações. E à medida em que exploramos nosso autoconhecimento e percebemos comportamentos nossos que são, na verdade, um reflexo do que vivemos na nossa infância, fica mais fácil trabalhar naquilo para não repetir certas ações e falas com nossos pequenos e, assim, construir uma nova realidade. “Alguns mães e pais, sem perceber, podem superproteger os filhos, por exemplo, porque de alguma forma não foram protegidos na infância. Esses comportamentos podem ser cortados para que gerações futuras se formem. E é justamente esse o propósito da oficina que trabalho, lá conseguimos trabalhar essas questões mais profundas e explorar novos caminhos“, explica a psicanalista.

Qual o papel dos pais na prevenção à violência nas escolas?

Cada criança que morre, também morre um pouco da nossa esperança! Gostaríamos de começar esse texto com essa afirmação, pois é assim que nos sentimos quando acontece um ataque à escola. Nas últimas semanas fomos surpreendidos com uma onda de medo e violência nas escolas após um ataque armado a uma escola de educação infantil em Blumenau – SC.

Acreditamos que cada leitor tem um filho, neto, sobrinho e, naquele momento, este fato contribuiu para que pudéssemos ser ainda mais empáticos com as dores que aqueles pais e mães sentiram.

Nos fez nos conectarmos com suas dores, chorar e pensar como podemos contribuir para que crianças não sofram violência nas escolas ou em outros espaços onde estão para serem cuidadas e protegidas. Sabemos que a violência é um fenômeno causado por diversas dimensões. Porém, é importante pensar nos papéis e responsabilidades das famílias na prevenção a esse fenômeno.

Daí vêm algumas perguntas: Qual o nosso papel na prevenção da violência nas escolas, pai? Temos um papel relevante? Se temos, como podemos desenvolver? 

Vamos começar a responder estas perguntas. Nosso papel está na educação próxima e dialógica com os nossos filhos e filhas. A educação dialógica corresponde a uma educação baseada no cuidado, no afeto, no diálogo constante e com proximidade.

Pai, conversar com a criança desde a mais tenra idade não é perda de tempo, é necessidade primordial.

Aqui, eu quero trazer algumas dicas que podem ajudar nisso, pai: 

– Comer junto. 

Pai, sentar-se com a criança para realizar, ao menos uma refeição ajuda a entender a dimensão da família. Como já sabemos, o entendimento do conceito de família é amplo, já que família, segundo as Nações Unidas “é gente com quem se conta”. 

– Criar ambientes de brincadeiras entre o pai e a criança.

Brincadeiras em que hajam espaços para conversar sobre a brincadeira, refletindo sobre a brincadeira.

– Ler para as crianças.

Ler cria um ambiente de fortalecimento dos vínculos entre o contador da história e a criança

👉Ler com as crianças: uma forma de conectar pai e filho

– Jogar com a criança.

A partir da idade da criança, desenvolver o jogo que seja específico a sua faixa etária. E aqui, eu gostaria de abrir um parênteses para um diálogo importante:

Pai de meninos e meninas com idades para jogos na internet, é necessário monitorar o que eles e elas estão jogando; com quem estão jogando; que missões esses jogos determinam que as crianças desenvolvam.

Faz parte dos limites, em muitas situações dizer não! Todavia, pai, aconselhamos justificar a negação ao seu filho ou sua filha. Essa linha do limite e da concessão é muito tênue. E você vai precisar entender sempre o momento da imposição do limite. Pai, não há uma receita de bolo para isso. A paternidade, assim como a maternidade, muitas vezes, é um lugar que nos faz sentir culpados, mas a gente vai aprendendo a lidar diariamente com isso.

– Ensinar os nossos filhos a lidar com o não.

Pai, aqui vai uma dica, dizer não é importante no processo de educação. Nossos filhos e nossas filhas precisam aprender a lidar com a frustração. Nem sempre é fácil negar alguma coisa aos nossos pequenos. Nos causa sofrimento. Porém é possível fazer com amor e afeto. Justificar o não é necessário e pedagógico. Ainda que no início haja a famosa “birra” da criança, é possível acalmá-la e, assim, apontar o motivo.

– Criar a criança num ambiente saudável.

Estabelecer um ambiente distante de situações em que as crianças sejam testemunhas ou vítimas de práticas de violências (aqui estamos falando de violências verbais, violências físicas, violência sexual, assédio e todas as formas de violência). Onde elas, as crianças, não sejam incentivadas a praticar violências; onde elas conheçam os canais de denúncia para qualquer tipo de violência que presenciam ou sofram.

– Ser parceiro da escola.

Pai, seja aliado da unidade de ensino onde seu filho ou sua filha estuda. Participe das reuniões, sempre que possível. Coloque-se disponível para que a escola, sempre que julgar necessário, entre em contato com você. Frequente a escola sempre que for possível e necessário. Busque entender como seu filho ou sua filha está se desenvolvendo naquele ambiente. Desenvolva as atividades em casa com a sua criança.

👉Qual o papel do pai na adaptação escolar das crianças?

Na prática, pai, tudo isso vai ajudar para que nossos meninos e meninas não se desenvolvam como pessoas violentas, mas como indivíduos que contribuem para uma sociedade pacífica, que sensibilizam seus amigos e colegas para essas práticas. Dessa forma, o papel dos pais é fundamental para esse modelo de sociedade que precisamos construir.

Crianças são para crescer, e esperançar! Eu estou disposto a criar esse mundo! E você, pai?